Estamos vivendo uma situação desafiadora, um momento de insegurança, de medo, de isolamento e de muitas incertezas. A preocupação é real e não dá para fechar os olhos diante da realidade que nos é apresentada. O que resta a fazer é agir com consciência, seguindo as orientações de saúde que são passadas para nós e, para quem pode, aproveitar o tempo de quarentena para cuidar de si mesmo, cuidar da saúde mental e a saúde do corpo.
Agora é o tempo de voltar-se para dentro, de autoconhecimento, de se reinventar, por mais caótica que esteja a situação. Respirar fundo e entender que muitas coisas estão fora do nosso controle e alcance, e por isso é preciso focar no que conseguimos fazer, no que podemos contribuir e valorizar.
Esse tempo de autorreflexão me ajudou a dedicar tempo a um projeto que estava na minha cabeça há muitos meses, um projeto que visa contribuir para a solução de uma angústia e descontentamento que tenho há anos.
Sou pesquisadora e uma das coisas que eu mais gosto de fazer é estudar e produzir trabalhos. Me debruçar sobre um problema científico e trabalhar para encontrar a solução gera sensações das mais recompensadoras, principalmente pelo aprendizado que a gente ganha ao longo do caminho e o contato com conhecimentos novos.
Não vou mentir para vocês, produzir é difícil, é cansativo e demanda muita força de vontade e persistência. Apesar de continuarmos firmes no nosso propósito (salvo alguns momentos de loucura, em que desistir parece ser o melhor caminho), há algo que realmente me incomoda e me deixa um pouco frustrada: o acesso limitado das pessoas a esse conhecimento.
A questão é que, quando eu digo “acesso”, não falo sobre falta de divulgação, pois isso tem sim, mas me refiro à efetiva leitura e compreensão dos trabalhos. Quantos artigos meus foram, de fato, lidos por pesquisadores ou pessoas interessadas? Quanto conhecimento produzido em artigos, dissertações, teses e monografias são simplesmente arquivados? A divulgação existe, mas não é necessariamente eficiente; muito conhecimento é transmitido de forma mais erudita, longe da realidade das pessoas “de fora” da área.
Muitas reflexões que são tratadas em artigos científicos, principalmente das áreas sociais, deveriam ser compartilhadas com a sociedade de forma mais efetiva. A interação entre o pesquisador e o leitor é essencial, ambos aprendem, ambos trocam experiência. E esse leitor não deve ser somente um professor ou um pós-graduando, mas uma pessoa comum, uma pessoa curiosa, interessada e, inclusive, uma pessoa que é de fato o objeto da pesquisa.
Essa é uma reflexão que eu tenho já há um bom tempo, pois a vejo como um dos problemas da área acadêmica. Contudo, reflexões sem atitudes concretas são meio vazias e eu percebo que não dá para cobrar dos outros o que eu mesma não faço.
Sendo assim, decidi começar a me movimentar e criei esse projeto, um blog para compartilhar e discutir o pouco do que sei das minhas áreas de interesse, que são especialmente o Biodireito, a Propriedade Intelectual e a Sustentabilidade. Três áreas que são essenciais para refletir sobre as questões e polêmicas que vivemos no mundo atual e também tentar fazer projeções e se preparar para o futuro. Quero aproximar esses temas do leitor comum, o não acadêmico, para aprender ainda mais.
Como professora e pesquisadora acredito que o conhecimento é o caminho para a solução de problemas e o conhecimento reservado e não compartilhado e difundido não gera frutos.
Espero contribuir pelo menos um pouquinho com a difusão de conhecimento.
Sejam bem vindos!
Saluton Nathália,
De fato, o conhecimento deve ser compartilhado, já foi o tempo em que ficava restrito as catacumbas ou as escolas iniciáticas. Através de bons modelos de comportamento da natureza física, emocional, psíquica, social, ambiental, cósmica e quiçá espiritual, poderemos entender o mundo e a nós mesmos e consequentemente nos modificar. A divulgação científica é um dos caminhos, tanto as ciências da natureza física, biológica, humana, social, ambiental e … outras.
É isso aí, tem o meu apoio nesta empreitada.
Brakumojn
PS: Saluton = Olá
Brakumojn = Abraços (em Esperanto)
Saluton, Paulo!
Agradeço pelo apoio!
Espero poder dar uma pequena contribuição para o mundo, conhecimento é necessário e nunca é demais.