Blog Nathalia Bastos do Vale

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Meu 2021 em livros (até agora)

No ano passado, eu decidi retomar um hábito há muito abandonado, a leitura. Eu sempre gostei de ler e na verdade eu nunca parei, mas desde que entrei na faculdade a minha leitura passou a ser bem técnica. No mestrado então, nem se fala, só livros densos e teóricos! E aos poucos eu fui abandonando a leitura por puro prazer e fui substituindo pela leitura de estudos, aprimoramento e pesquisa (que eu amo também).

Mas será que um tipo de leitura precisa anular o outro? Eu acho que não! E, desde o ano passado, eu venho tentando aliar os dois tipos de leitura. A quarentena me fez querer voltar às origens, à Nathalia adolescente que lia muitos livros. Ainda não consegui voltar ao ritmo da jovem Nathalia, mas estou bem satisfeita com o meu andamento.

E, ah, preciso dizer que a satisfação não está em números. Está, na verdade, com a percepção dos benefícios que a leitura anda me proporcionando. Apesar de esse ano eu ter colocado uma meta de ler mais livros, eu não estipulei números, eu apenas queria resgatar aquela vontade ávida de sempre querer estar com um livro na mão e sempre pensar em qual será o próximo. Isso eu consegui resgatar esse ano.

Então, o texto de hoje, não é somente uma resenha sobre os livros que li até agora (e que eu quero deixar como sugestão), mas também um texto sobre os benefícios que ando percebendo no dia-a-dia com a leitura. E são muitos. Quem sabe não te inspira também?

O resgate da leitura na minha vida

Os tempos estão muito difíceis. Manter a saúde mental em meio ao caos é tarefa árdua e demanda muita força de vontade. Mas é aquele tipo de tarefa que realmente vale a pena.

Eu descobri que ler como hobbie, simplesmente pelo prazer da leitura, buscando as sensações de se envolver com a história do livro, tem me ajudado muito a manter a minha saúde mental. Esse é o momento em que eu me desconecto de fato do mundo e me permito mergulhar em histórias fantásticas e cheias de mistério.

E para mim isso só funciona com livros de história, de ficção. Por mais que tenha vários livros interessantes sobre carreira, que podem me ajudar na minha vida profissional, eu escolhi não lê-los, pelo menos não como hobbie. Percebi que a leitura sem pretensões, sem pressão faz muito mais por mim. Elas despertam criatividade, sensação de relaxamento e satisfação.

Percebi que nesses últimos tempos eu tenho ficado quase 100% do meu tempo em frente a uma tela. Seja de celular, seja do computador ou da TV. E isso me faz mal, me faz sentir que minha vida é artificial. Não tenho nada contra tecnologia, pelo contrário, eu adoro estudar sobre o assunto e amo trabalhar com o digital. Porém, eu acredito que tudo em excesso faz mal. Condensar todos os aspectos da vida (trabalho, estudos, lazer) no online não é saudável. Pelo menos para mim não é.

Então, quando eu me permito fazer essa pequena pausa do online e vou para a leitura, eu me sinto mais viva. Eu relaxo e descanso a cabeça. Muito mais do que se eu estivesse vendo uma série ou um filme. E depois das minhas sessões diárias de leitura por hobbie, eu me vejo mais inspirada a continuar o meu trabalho. E eu percebi que essa inspiração é porque eu me sinto feliz ao ler uma história boa. Sério. Felicidade é o sentimento.

Meu momento estratégico de leitura

Então eu uso a leitura em um momento bem estratégico. Todos os dias depois do almoço eu tento ler um capítulo de um livro. E por que depois do almoço? Bem, porque para mim essa é a hora do dia que eu me sinto mais cansada e com muito sono. Voltar a trabalhar logo depois do almoço me desanima muito e eu custo a pegar no tranco. Mas eu percebi que ler um pouco nesse horário traz uma satisfação tão grande que eu volto ao trabalho renovada.

E minha produtividade à tarde melhorou. E digo melhorar não porque eu estou fazendo mais coisas, mas porque o meu trabalho está sendo feito de uma forma mais eficiente e prazerosa (e, para mim, produtividade é isso).

Eu acabei construindo, sem quer porque não teve planejamento nenhum, um hábito positivo no meu cotidiano. E o que eu percebo é que eu estou lendo religiosamente todos os dias e não por obrigação. Mas porque eu quero. Desde que eu decidir ler esse horário não teve um dia que eu deixei de ler por preguiça ou por estar sem vontade. O hábito nasceu de uma vontade genuína e tem mudado muito os meus dias.

Ah, eu também estou adorando ler aos sábados e domingos à tarde. Pego o livro e vou para a varanda ler. Nessas horas eu leio e nem vejo a hora passar. Para mim, dificilmente tem sensação melhor do que essa…

Meus livros de 2021 (até agora)

Vocês vão perceber que tem livro de tudo quanto é jeito aqui. Mas também perceberão que eu tenho um leve (para não falar enorme) apreço por suspense.

Todos esses livros foram ótimos companheiros nesses primeiros meses de 2021. Já estou ansiosa pensando nos próximos!

Admirável mundo novo

Esse livro eu ganhei de presente de natal. É um clássico da literatura distópica por Aldous Huxley.

Esse livro conta uma história de uma sociedade totalmente artificial, na qual as pessoas são projetadas, desde a fase embrionária, para desempenhar um papel específico na sociedade. Então os embriões são modificados geneticamente desde a sua concepção para serem desde trabalhadores até líderes e estudiosos.

A sociedade é totalmente organizada segundo princípios científicos e não há lugar para sentimentos como amor, inclusive as palavras pai e mãe causa certa repugnância. A ideia dessa sociedade é ser perfeita, separada em castas, onde todos são “felizes” e não há rebeliões. Mas também não há questionamento, críticas e nem mesmo a possibilidade de se desenvolver pessoalmente conforme sua vontade. Sua vida já está predeterminada.

O livro é muito interessante e a descrição dessa sociedade causa muita estranheza e um certo desconforto no leitor. Com certeza é um dos clássicos que todos que amam distopia devem ler.

Eu pessoalmente gostei muito do livro, mas senti que faltou um pouco de emoção e em algumas passagens o livro ficou meio parado. Mas mesmo assim recomendo!

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A pequena livraria dos sonhos

Esse livro eu me dei de presente de aniversário. Ele foi escrito por Jenny Colgan e ano passado eu havia me apaixonado pela “Adorável loja de chocolates de Paris”, então quis tentar outro dela. Li num momento bem propício pois tinha acabado de ler uma distopia pesada e precisava de algo mais leve no momento.

A escrita da Jenny é muito fluida e gostosa de ler. Ela consegue envolver o leitor e você fica querendo saber logo o que vai acontecer. Mas confesso que a fórmula é a mesma do livro anterior.

Uma garota perdida que se arrisca, acha um propósito de vida e de quebra um romance. Falando assim parece que o livro é ruim. Não é. Ele é muito gostoso de ler, mas é bem clichê.

Para quem quer uma leitura despretensiosa para relaxar e aquecer o coração com um romance fofo, esse livro é ótimo!

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A mulher na janela

Esse livro é sensacional. Eu amo suspense e esse cumpriu todos os meus requisitos necessários para um ótimo livro.

Ele conta a história de uma mulher que tem agorafobia. Ela não consegue sair de casa e passa os dias bisbilhotando os vizinhos. Até que um dia ela presencia um assassinato e parte em busca da verdade. A questão é que a protagonista é uma mulher com graves problemas mentais e durante toda a leitura a sensação que fica é: será que isso tudo é verdade ou só paranoia?

A.J. Finn tem uma escrita envolvente e o livro desperta muita curiosidade porque a história de vida da protagonista é muito interessante. E o autor conta a história de um jeito envolvente que deixa querendo saber dos próximos acontecimentos rapidamente. Eu recomendo demais para quem gosta de suspense e reviravoltas. Vale a pena.

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O homem de giz

Ainda na vibe de suspense eu decidi ler esse livro da C.J. Tudor. Primeiramente eu preciso falar da edição maravilhosa do livro. Ele tem capa dura e algumas páginas pretas, além de desenhos muito bem feitos. Só de ver o livro já dá vontade de ler.

Esse livro conta a história de alguns amigos de infância que encontraram um corpo de uma garota no bosque. Mas, antes disso, eles vivenciaram acontecimentos estranhos envolvendo bonecos desenhados a giz que apareciam misteriosamente.

O livro intercala presente e passado. Você tem contato com os personagens adultos e crianças. Essa narrativa gerou muita curiosidade porque os capítulos eram intercalados. Um se passava em 1986 e o outro em 2006. E a autora sempre deixava o final do capítulo em aberto para a gente ficar doida para saber o desfecho. E isso me fez ler o livro com menos de uma semana, confesso.

Achei muito interessante a forma como ela demonstrou como os acontecimentos de infância marcaram a vida adulta dos personagens. Isso me fez refletir muito sobre a minha própria vida. Recomendo demais.

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A garota do lago

Esse livro, de Charlie Donlea, é focado em duas mulheres. Uma foi assassinada e a outra quer, a qualquer custo, desvendar todo o mistério em volta da morte da primeira. Suspense de novo, para variar.

Esse é um bom livro de suspense. Ele desperta o interesse do leitor porque a cada capítulo, uma revelação diferente nos é apresentada. E a gente fica aqui do lado de fora tentando montar o quebra-cabeças.

Apesar de eu ter me envolvido com o livro, eu não achei que ele tem algo de especial que realmente o faça destacar ou se diferenciar de outros. Ele usa uma fórmula de suspense já bem conhecida. O final foi meio morno e não me surpreendeu muito. Também achei que faltou um pouco de profundidade nos personagens, principalmente os secundários. Mas é uma leitura fácil e gostosa para o final de semana.

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Roube como um artista

Esse livro eu ganhei de presente e só posso dizer que ele veio na hora certa. Austin Kleon explica 10 dicas essenciais para desenvolver a criatividade e melhorar o seu trabalho.

O livro é bem leve e irreverente. Tem algumas ilustrações e isso desperta a nossa atenção e o nosso lado criativo. Eu acabei de ler o livro com vontade de criar.

Já aviso que as dicas não são tratadas de uma forma aprofundada, mas sim de uma forma simples, objetiva e prática. E esse livro me deu muitos insights interessantes sobre o meu trabalho e sobre o que eu quero desenvolver no futuro. Com certeza vou falar sobre esses insights em postagens futuras.

Por fim, ele me ajudou muito com o bloqueio que eu tenho por pensar que não sou criativa. Veja só:

Finalmente a quebra do mito de que eu não sou criativa

Eu sempre tive um bloqueio com relação à criatividade. Tudo relacionado à artes, desenhos, projetos eu acreditava que não era para mim, porque sou muito racional. E eu sempre inibi esse lado porque, bem, para que tentar se eu não sou criativa, né?

O problema é que o mundo da arte e da criação sempre me fascinaram, mas eu não me sentia digna. Para mim só servem os estudos, o intelectual. E não é que eu estava redondamente enganada? Sim, estava!

Esse livro me mostrou muita coisa positiva a respeito da criatividade. Eu percebi que é um processo e ninguém é genuinamente criativo. Nós podemos trabalhar a criatividade em nós mesmos porque ela é uma construção.

E eu já estava percebendo isso há mais tempo. Desde quando eu comecei a aumentar meu repertório de referências, estudando design, programação e artes, eu percebi que posso fazer muito mais do que eu imaginava.

Esse livro foi a cereja do bolo para eu acreditar ainda mais em mim.

E recomendo demais a qualquer pessoa que esteja também se descobrindo e se permitindo ir além. Saiba que você está no caminho certo, não desista!

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Livros em andamento

Para fins de curiosidade, eu estou lendo atualmente Eu robô, de Isaac Asimov, e Vilão de V.E. Schwab.

Ambos são muito bons! Mas a resenha completa eu escrevo quando terminar.

Então é esse meu “breve” relato e as resenhas dos livros que eu li esse ano. Se você tem sugestões de livros, por favor comente, elas são sempre muito bem vindas!

Nathalia Bastos do Vale

Olá, eu sou a Nathalia, advogada e mestre em Direito Ambiental. Sou apaixonada por direito, sustentabilidade, tecnologia e design. Neste blog pessoal você encontra conteúdos aprofundados e didáticos sobre tudo que envolve o Direito e a inovação.

2 comentários em “Meu 2021 em livros (até agora)

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